A Atuação do Médico Hospitalista

Qualidade no Cuidado Assistencial e Redução de Custos

Médico Hospitalista

O Impacto do Médico Hospitalista na Segurança do Paciente e Eficiência Hospitalar

 

O modelo de hospitalista vem ganhando espaço no Brasil, impulsionado pela necessidade de melhorar a qualidade do cuidado hospitalar e reduzir custos operacionais. O médico hospitalista atua exclusivamente em ambiente hospitalar, gerenciando o cuidado integral do paciente internado. Esse artigo busca analisar o impacto da atuação desse profissional na melhoria da assistência, a redução de custos hospitalares e o retorno financeiro obtido pelas instituições de saúde que adotam esse modelo. Também serão discutidos os valores atuais de remuneração dos hospitalistas e o investimento necessário pelas organizações de saúde.

Introdução

A crescente complexidade do sistema hospitalar e a pressão por melhorar os indicadores de qualidade e eficiência nos hospitais têm levado as organizações de saúde a buscar novos modelos de gestão assistencial. O médico hospitalista é uma resposta a esse desafio, concentrando-se no cuidado integral do paciente internado e assumindo a responsabilidade por todo o processo de internação, desde a admissão até a alta. Esse modelo, amplamente adotado nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, tem sido progressivamente implementado no Brasil. 

Os benefícios incluem não apenas uma melhoria na qualidade do cuidado, mas também uma significativa redução de custos.

1. O Papel do Médico Hospitalista no Cuidado Assistencial

O hospitalista é um médico especializado no atendimento a pacientes hospitalizados, permitindo que o processo de internação seja mais fluido e eficiente. Por ter uma presença constante no hospital, o hospitalista pode coordenar e integrar os cuidados multidisciplinares, o que reduz o tempo de resposta em emergências clínicas e melhora o seguimento do plano terapêutico. Essa proximidade e disponibilidade resultam em uma comunicação mais efetiva com pacientes, familiares e equipes de saúde.

Os principais benefícios dessa atuação incluem a redução do tempo de internação, a melhora no fluxo de pacientes, uma comunicação mais eficiente entre equipes médicas e de enfermagem e uma gestão mais assertiva dos recursos hospitalares. Isso se traduz diretamente em melhoras nos indicadores de qualidade, como redução de infecções hospitalares, menores taxas de reinternação e maior satisfação dos pacientes.

2. Redução de Custos Hospitalares

Um dos principais atrativos do modelo de hospitalista é a capacidade de reduzir custos hospitalares sem comprometer a qualidade do atendimento. Estudos internacionais mostram que a presença de hospitalistas pode reduzir o tempo médio de internação em até 15%, com uma economia considerável nos custos operacionais. Isso ocorre por uma série de fatores, incluindo:

  • Melhor gestão de leitos e fluxos, permitindo maior rotatividade e, consequentemente, aumento da capacidade de atendimento.
  • Uso mais racional de exames e procedimentos, evitando repetições desnecessárias.
  • Redução de complicações e eventos adversos, o que diminui a necessidade de internações prolongadas e o uso de recursos intensivos.

Além disso, os hospitalistas tendem a adotar uma abordagem preventiva, antecipando complicações e agindo de forma proativa, o que também contribui para a redução de custos.

3. Investimento e Retorno Financeiro

O custo de contratação de um médico hospitalista varia de acordo com a região e o porte da instituição. No Brasil, a remuneração mensal de um hospitalista pode variar entre R$ 15.000 e R$ 25.000, dependendo da carga horária e das responsabilidades atribuídas. Esse valor inclui os custos com benefícios, como plano de saúde e férias.

Estudos de viabilidade financeira indicam que o retorno do investimento em hospitalistas é altamente positivo. Instituições que adotaram esse modelo relatam economias anuais significativas, especialmente em áreas como custos com internações prolongadas e despesas relacionadas a complicações hospitalares. Estima-se que, para cada real investido na contratação de hospitalistas, o retorno pode variar de 2 a 4 reais, dependendo da eficiência da implementação do programa.

4. Impacto na Qualidade Assistencial

O impacto dos hospitalistas na qualidade assistencial é amplamente documentado. A presença constante desses profissionais facilita uma monitorização mais rigorosa dos pacientes, resultando em diagnósticos mais rápidos e tratamentos mais eficazes. Além disso, o modelo favorece a adoção de protocolos clínicos baseados em evidências, o que reduz a variabilidade na prática médica e melhora os desfechos clínicos.

 

A atuação do médico hospitalista no cenário hospitalar brasileiro representa uma inovação capaz de transformar a gestão do cuidado assistencial e otimizar os recursos financeiros das instituições de saúde. Com uma abordagem centrada no paciente e na eficiência do cuidado, os hospitalistas contribuem diretamente para a melhoria da qualidade do atendimento e para a redução significativa de custos operacionais. Além disso, o retorno financeiro do investimento nesses profissionais é altamente positivo, o que faz do modelo de hospitalista uma estratégia viável e desejável para hospitais que buscam excelência em suas operações.

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Bibliografia

  • Machado, F. R., et al. “O Papel do Médico Hospitalista no Brasil: Uma Revisão da Literatura.” Revista Brasileira de Medicina Hospitalar, vol. 12, n.º 2, 2020, pp. 120-134.
  • Barcellos, J. M., et al. “Impacto da Atuação do Médico Hospitalista na Qualidade do Cuidado e Redução de Custos em Instituições de Saúde.” Jornal Brasileiro de Economia da Saúde, vol. 10, n.º 3, 2019, pp. 245-258.
  • Agency for Healthcare Research and Quality. “Hospitalists and Their Role in Improving Hospital Efficiency and Patient Outcomes.” AHRQ Reports, 2019.
  • Bertagnolli, P. “Hospitalistas: O Impacto Econômico e Clínico da Presença desses Profissionais.” Saúde e Economia, vol. 5, n.º 1, 2021, pp. 55-70.

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